Desvios Posturais

Hipercifose torácica – como identificar através da biofotogrametria?

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Hipercifose torácica é um desvio postural caracterizado por uma acentuação da curvatura fisiológica e natural de cifose torácica.

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Em um alinhamento adequado da coluna vertebral os indivíduos apresentam uma curvatura na região posterior do tórax, caracterizado por um convexidade posterior e concavidade anterior. Curvatura essa que é denominada de cifose torácica. Porém, quando ocorre uma acentuação dessa curvatura de cifose torácica denomina-se que o indivíduo apresenta o desvio postural de hipercifose torácica. Ou seja, o desvio de hipercifose torácica caracteriza-se por uma acentuação da curvatura normal e fisiológica de cifose torácica, apresentando um desenho anatômico mais angulado dessa região posterior torácica. Esse desvio postural pode ocorrer de diversos fatores como: má postura no posto de trabalho como por exemplo permanecer várias horas em posição cifose, podendo com isso desenvolver ou acentuar o desvio postural e hipercifose torácica; outro fator que pode levar ao surgimento é um encurtamento dos músculos peitoral maior e menor localizados na região anterior do tronco e concomitante a isso uma hipotônica dos músculos trapézio medial, romboides maior e menor na região posterior do tronco; e por fim sarcopenia e osteopenia podem levar o surgimento de hipercifose torácica principalmente em indivíduos idosos.

A biofotogrametria é um excelente método para avaliar a hipercifose torácica pois permitirá ao avaliador ou personal trainer quantificar a intensidade e magnitude desse desvio postural.

No programa de hoje da série Desvios Posturais apresentaremos o desvio postural de hipercifose torácica. Será também apresentado como identifica-lo e quantifica-lo através da biofotogrametria.

O que é hipercifose torácica?

Os indivíduos apresentam normalmente uma curvatura fisiológica na região posterior do tórax que é denominada de cifose torácica. Essa curvatura é caracterizada por uma convexidade posterior e uma concavidade anterior.

Entretanto, alguns indivíduos podem apresentar uma acentuação da convexidade posterior da região torácica da coluna vertebral. Dessa forma, pode-se caracterizar que esses indivíduos apresentam o desvio postural de hipercifose torácica, ou seja, a hipercifose torácica é uma acentuação da convexidade da curvatura posterior da região torácica da coluna vertebral. Lembrando vocês seguidores que o desvio postural de hipocifose torácica é uma redução ou diminuição da curvatura de cifose torácica.  Outra característica que um indivíduo portador do desvio postural de hipercifose torácica apresenta é que a curvatura de cifose torácica apresentará um desenho anatômico mais angulado, obviamente em virtude da acentuação da convexidade posterior da região torácica.

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Por que ocorre o desvio postural de hipercifose torácica?

O desvio postural de hipercifose torácica tende a produzir no indivíduo acometido por essa alteração postural uma projeção da cabeça e dos ombros a frente, entretanto essas alterações citadas (projeção da cabeça e ombro a frente) não é uma regra.

A hipercifose torácica pode ocorrer devido a diversos fatores como:

– má postura no posto de trabalho, ou seja, indivíduos que permanecem várias horas à frente do computador durante a jornada de trabalho, ficam exposto a permanecer em posição cifótica laboral. Dessa forma, podendo gerar ou agravar o desvio postural de hipercifose torácica.

encurtamentos musculares principalmente dos músculos peitoral maior e menor projetam os ombros em anteriorização (para frente) e também tendem a gerar e acentuar a curvatura natural e fisiológica de cifose torácica, com isso desenvolvendo o desvio postural de hipercifose torácica. Entretanto, em associação ao encurtamento citado anteriormente, uma hipotonia dos músculos trapézio medial, romboides maior e menor agravam a acentuação da cifose torácica devido ao desequilíbrio destas musculaturas, ou seja, desenvolvimento ou acentuando o desvio postural de hipercifose torácica.

– indivíduos idosos devido a sarcopenia (perda da massa muscular) , devido a osteopenia (perda da massa óssea) e da diminuição de altura discal, ou seja, diminuição da taxa hídrica do núcleo pulposo dos discos intervertebrais, também podem desenvolver o desvio postural de hipercifose torácica.

Na sequência será descrito como identificar e quantificar o desvio postural de hipercifose torácica através da biofotogrametria.

Como realizar a avaliação da hipercifose torácica através da biofotogrametria?

Para avaliar e quantificar o desvio postural de hipercifose torácica através da biofotogrametria, o avaliador como para avaliação da hipocifose torácica não precisará identificar pontos anatômicos através da anatomia palpatória e demarca-los. Ou seja, para realizar a avaliação biofotogramétrica de hipercifose torácica será necessário realizar um registro fotográfico do indivíduo em vista sagital (vista lateral).

Após a realização do registro fotográfico (foto) o avaliador deverá carregar a foto em um software específico de avaliação postural (software que será apresentado em vídeos aulas posteriores). Na sequência, o avaliador deverá identificar e posicionar o marcador que formará os seguimentos de reta no ponto exato da inflexão (inversão) da curvatura de lordose cervical. Em seguida deverá ser identificado a inflexão (inversão) da curvatura de cifose torácica e demarcada com o alvo para formação dos seguimentos de reta. E por fim, o avaliador deverá identificar e demarcar o ponto exato aonde ocorre a inflexão (inversão) da curvatura de lordose lombar.

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Como formar os seguimentos de reta para identificação e avaliação da hipercifose torácica através da biofotogrametria?

Após realizar dentro do software a identificação de demarcação das inflexões (inversões) de lordose cervical, cifose torácica e lordose lombar o avaliador deverá traçar os seguimentos de reta entre os pontos para formação do ângulo.

O primeiro seguimento de reta deverá ser formado entre o ponto de inflexão (inversão) da curvatura de lordose cervical até o ponto de inflexão (inversão) da curvatura de cifose torácica. Em seguida o avaliador deverá traçar um segundo seguimento de reta ligando o ponto de inflexão (inversão) da curvatura de cifose torácica até o ponto de inflexão (inversão) de lordose lombar. Após a formação desses seguimentos de reta descrito, o avaliador obterá um valor angular na parte posterior do tórax. Esse valor angular será a referência para identificar se o indivíduo apresenta ou não o desvio postural de hipercifose torácica.

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A parti de quantos graus podemos considerar que um indivíduo é portador o desvio postural de hipercifose torácica?

Imaginemos que um avaliador esteja realizando a analise postural de um indivíduo A e após a realização de todos os procedimento metodológicos (registro fotográfico e formação dos seguimentos de reta no software) ele (avaliador) obtenha o valor angular de 149,5° na avaliação do indivíduo A. Diante disso, pode-se considerar que o indivíduo A apresenta um ângulo normal de cifose torácica, ou seja, ele (indivíduo A) não apresenta o desvio postural de hipercifose torácica.

Porém, o mesmo avaliador realizou a avaliação postural através a biofotogrametria em um indivíduo B utilizando os mesmos procedimentos metodológicos de registro fotográficos e formação dos seguimentos de reta realizados na avaliação do indivíduo A. Entretanto, o valor angular obtido no indivíduo B é foi de 132,6°, ou seja bem menor que o valor angular do indivíduo A (149,5°). Diante desses valores angulares pode-se considerar que o indivíduo B não apresenta uma postura normal de cifose torácica, apresentando uma acentuação da cifose torácica, ou seja, ele (indivíduo B) é portador do desvio postural de hipercifose torácica.

Dessa forma, podemos entender que quanto menor for o ângulo obtido entre os seguimentos de reta maior a acentuação da curvatura de cifose torácica, ou seja, maior será a magnitude e intensidade do desvio postural de hipercifose torácica.

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Qual a vantagem do personal trainer terá ao utilizar a biofotogrametria para avaliação da hipercifose torácica?

Como apresentado em programas anteriores ao utilizar a biofotogrametria para avaliação de desvios posturais o personal trainer ou avaliador terá a possibilidade de identificar a presença do desvio postural ou não e principalmente quantifica-lo através de valores angulares. Outra vantagem é que o método biofotogramétrico é de baixo custo operacional e não demanda de materiais caros para sua aplicação.

Dessa forma, ao utilizar o método biofotogramétrico para avaliar se o seu cliente ou seus clientes apresentam o desvio postural de hipercifose torácica o personal trainer poderá, caso o seu cliente apresente esse desvio postural, quantificá-lo e com isso identificar qual a magnitude e intensidade desse desvio postural.

Com essas informações (valores angulares, intensidade e magnitude) do desvio postural de hipercifose torácica, ele (personal trainer) poderá prescrever com um maior critério as cargas de esforços de sessões de Treinamento Resistido com Pesos (TRP) ou musculação por exemplo para tentar minimizar o desvio postural de hipercifose torácica. O personal trainer ainda poderá realizar avaliação periódicas através da biofotogrametria para analisar se as cargas de treinamento no TRP e os exercícios corretivos estão produzindo o efeito pretendido, ou seja, a redução da intensidade e magnitude da hipercifose torácica. Com essa avaliações periódicas o personal trainer poderá manipular com maior precisão as cargas de treinamento buscando a evolução e redução da hipercifose torácica, caso esse desvio postural tenha ocorrido em virtude de fatores musculares como citado acima no texto.

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Seguidor, não perca a vídeo aula de hoje e saiba como utilizar e, quantificar o desvio postural de hipercifose torácica através da biofotogrametria.

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