A biofotogrametria é uma ótima estratégia para análise do joelho valgo, pois possibilita o avaliador quantificar o grau de valgo do joelho e, poder monitorar a evolução através de um trabalho corretivo.
Joelho valgo é um posicionamento do joelho recorrente em várias pessoas. Muitas pessoas relatam a presença de dor na região do joelho em virtude da presença do posicionamento do mesmo em valgo. Esse posicionamento ocorre em virtude de uma acentuação do ângulo entre o eixo longitudinal de fêmur e do eixo longitudinal da tíbia, ou seja a articulação do joelho é deslocada para a parte medial do corpo do indivíduo. Diante disso, a biofotogrametria é uma excelente estratégia para analisar e identificação do grau de valgo e, para monitorar a eficiência de um tratamento ou treinamento visando a diminuição do grau de joelho valgo.
Na literatura sobre biofotogrametria existem três formas para análise do joelho valgo. A primeira produz seguimentos de reta entre EIAS+tuberosidade da tíbia+maléolo lateral; a segunda técnica ou possibilidade de análise realiza seguimentos de reta entre trocanter maior do fêmur+ cabeça da fíbula+ maléolo lateral; e a terceira possibilidade ou técnica é realizar seguimentos de reta entre o trocanter maior do fêmur + Cabeça da fíbula+maléolo lateral.
Quais são as áreas ou profissionais que utilizam a avaliação postural via biofotogrametria?
A biofotogrametria é uma técnica ou metodologia bastante interessante para a avaliação postural e, é relativamente recente. Vem sendo utilizado principalmente por profissionais de Fisioterapia, alguns professores de Educação Física, também é utilizada na medicina, por profissionais de Odontologia para verificar o posicionamento do crânio e por fim podemos visualizar alguns trabalhos na área de enfermagem utilizando a biofotogramteria.
Entretanto hoje o que abordaremos é o posicionamento do joelho valgo, ou seja, apresentaremos como utilizar a biofotogramteria para analisar o joelho valgo.
O que é joelho valgo?
Em um joelho normal com um alinhamento adequado, o eixo longitudinal do fêmur e da tíbia apresentam um ângulo que não é de 180°, ou seja, o alinhamento longitudinal da tíbia não dá prosseguimento em 180° com o alinhamento do eixo longitudinal do fêmur. Essa situação ocorre em virtude da articulação do Quadril, porém principal responsável por esse posicionamento é o colo femoral que afasta lateralmente o eixo longitudinal do fêmur da própria articulação do Quadril.
Entretanto em um joelho valgo o ângulo produzido entre o eixo longitudinal do fêmur e da tíbia é ainda menor, ou seja, acentua-se o ângulo entre os eixos longitudinais do fêmur e da tíbia. Então quando maior o valgo menor será o ângulo formado entre os seguimentos ósseos de fêmur e tíbia.
Qual a repercussão do joelho valgo traz sobre a estrutura do joelho?
No joelho se pensarmos e analisarmos o ligamento colateral medial ou tibial sofrerá um forte estiramento no joelho valgo. Se pensarmos agora no menisco lateral ele será fortemente comprimido no joelho valgo.
Então no joelho valgo na parte externa do seguimento do joelho, ocorre um estreitamento do espaço articular, dessa forma, acarretando uma maior compressão sobre o menisco lateral. Já no lado medial de um joelho valgo ocorre um afastamento, ou seja, um aumento do espaço articular conseqüentemente tencionando fortemente o ligamento colateral medial ou tibial.
Diante disso, quanto maior o valgismo do joelho maior será tencionamento sobre o ligamento colateral medial e tibial e, maior será compressão sobre o menisco lateral.
Como realizar o procedimento em biofotogrametria para identificar o joelho valgo?
Para realizar a análise biofotogramétrica do joelho valgo é necessário realizar através da anatomia palpatória a identificação do processo ósseos e demarcação com esferas demarcatórias.
O primeiro ponto a ser identificado através da anatomia palpatória é o processo ósseo da Espinha Ilíaca Antero Superior (EIAS), que se encontra na maioria dos indivíduos abaixo do músculos Oblíquos externo. Identificado o processo ósseo da EIAS na sequencia deverá ser demarcada com uma esfera demarcadora. Em seguida o avaliador deverá identificar através da anatomia palpatória o processo ósseo da tuberosidade da tíbia, que localiza-se logo abaixo da articulação do joelho. E por fim necessitara a identificação através de anatomia palpatória o maléolo lateral e a demarcação com a esfera demarcatória. Um ponto importante é que todos esses processos ósseos citados acima devem ser identificados e demarcados no mesmo lado, ou seja, identificar e demarcar todos do lado direito e esquerdo do avaliado.
Na sequencia o avaliador com os processos ósseos demarcados irá através de um software realizar ou formar seguimentos de reta entre os três pontos ósseos demarcados ( EIAS+tuberosidade da tíbia+maléolo lateral) que lhe fornecerá um valor sobre o posicionamento do seguimento joelho, ou seja, se o é joelho valgo ou normal.
Como identificar um joelho valgo na biofotogrametria?
Realizado todos os procedimentos citados anteriormente de: identificação dos três processos ósseos ( EIAS+tuberosidade da tíbia+maléolo lateral) para colocação das esferas demarcatórias e traçar os seguimentos de reta entre os pontos demarcadores, os mesmo nos fornecerão um ângulo. Diante disso, caso o ângulo formado entre os seguimentos seja inferior a 170° poderemos considerar um joelho valgo. Entretanto, caso o valor obtido do ângulo seja maior que 170° poderemos considerar um joelho normal.
Quais as outras formas de análise de joelho valgo utilizadas?
Outras forma de analisar joelho valgo é realizar a identificação e demarcação ao invés da EIAS, utilizar o processo ósseo do trocanter maior do fêmur, ou seja, realiza-se a identificação e demarcação do trocanter maior do fêmur, da tuberosidade da tíbia e do maléolo lateral. Em seguida através de um software realiza-se o mesmo procedimento da análise descrita anteriormente com a única diferença ficando com demarcação do trocanter maior o fêmur no lugar da EIAS. Ou seja, traça-se um seguimento de reta entre o trocanter maior do fêmur e a tuberosidade da tíbia e, outro seguimento de reta entre a tuberosidade da tíbia e o maléolo lateral.
Uma vantagem de analisar o joelho valgo por essa técnica ou possibilidade é poder realizar a análise também em vista posterior, possibilidade que não pode ser utilizada na forma de análise que utiliza a demarcação da EIAS.
Entretanto os valores angulares serão diferentes da técnica utilizada anteriormente (EIAS+tuberosidade da tíbia+ maléolo lateral), porém a lógica é a mesma quanto menor o ângulo formado entre os seguimentos de reta maior a tendência de joelho valgo.
Uma outra técnica ou possibilidade para analisar o joelho valgo é utilizar a demarcação do trocanter maior do fêmur e ao invés de demarcar a tuberosidade da tíbia, demarcar o processo ósseo da cabeça da fíbula e, por fim mantem-se a utilização do maléolo lateral. Ou seja, essa outra forma que a literatura apresenta para analisar o joelho valgo é traçar seguimentos de reta entre: trocanter maior do fêmur e cabeça da fíbula e, outro seguimento de reta entre cabeça da fíbula e maléolo lateral.
Qual a melhor forma para analisar através da biofotogrametria o joelho valgo?
Não há na literatura uma indicação forte de qual a melhor forma para analisar o joelho valgo. Na verdade o professor João Moura junto aos seus orientandos estão realizando estudos para identificar a associação da análise desses pontos descritos anteriormente para análise do joelho valgo.
Seguidor, não perca a vídeo aula de hoje e saiba como utilizar a biofotogrametria para identificar e analisar o joelho valgo.