Fisiologia da Corrida

Adaptações Crônicas ao treinamento aeróbio – Como acontecem?

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A magnitude das adaptações crônicas cardiorrespiratórias dependerão da carga de esforço (volume e intensidade) aplicadas nas sessões de treinamento aeróbio.

Quais as adaptações crônicas cardiovasculares que ocorrem com a pratica do treinamento aeróbio ou de corrida?

A pratica de exercícios físicos aeróbios regulares resultarão em aprimoramentos na capacidade funcional do sistema cardiovascular, ou seja ocorrerá um aumento no VO2 máx do indivíduo. A magnitude e intensidade das adaptações crônicas serão determinadas pela frequência, duração, intensidade das sessões de treinamento aeróbio realizadas e principalmente pelo estado de condicionamento físico inicial do praticante.

Na sequência serão descritos as adaptações crônicas no sistema cardiovascular recorrentes com a prática sistemática do treinamento aeróbio.

Quais as adaptações crônicas que ocorrem no coração?

Com a pratica sistematizada do treinamento aeróbio ocorreram adaptações crônicas também no coração, ou seja, na bomba cardíaca. Diante disso, a dimensões e a massa do coração poderão aumentar com a pratica do treinamento aeróbio. O treino aeróbico expõe o coração a certas condições de enchimento ventricular aumentado, elevações no volume sistólico de ejeção e consequentemente no débito cardíaco. Esses altos níveis de enchimento ventricular crônicos (grande volume diastólico final no ventrículo esquerdo) é denominada de sobrecarga volêmica.

Por sua vez, a sobrecarga volêmica crônica resultará em um aumento do diâmetro diastólico final (maior volume de sangue no ventrículo esquerdo no final do relaxamento), assim como um aumento na massa ventricular esquerda. Diante disso, aumentara-se a força do contração do ventrículo esquerdo (maior massa muscular) e também o volume sistólico de ejeção.

Como ocorrem as adaptações crônicas no fluxo coronariano do coração com o treinamento aeróbio?

A pratica sistematizada do treinamento aeróbio resultará em um aumento no tamanho do leito vascular coronariano. Alguns pesquisadores relacionam esse aumento da capilarização a um incremento no peso do coração como resultado do treinamento, pois como apresentamos acima no texto ocorre um aumento na massa ventricular esquerda.  Algumas evidências cientificas ainda trazem que o treinamento aeróbio sistematizado poderá dar origem a uma circulação coronariana colateral, ou seja, uma melhor capacidade de irrigar aéreas do miocárdio com sangue. Entretanto, esse achado ainda precisa ser melhor esclarecido.

O diâmetro das artérias coronarianas também poderão ser aumentadas com a pratica do treinamento aeróbio. Atrelado a esse fator os indivíduos que praticam exercício aeróbios poderão apresentar quando comparados a indivíduos sedentários uma maior capacidade de dilatação das artérias coronárias.  Um ponto importante, é que a dilatação das artérias coronárias durante o exercício pode ser ainda mais importante que o diâmetro em repouso, pois a necessidade do gás oxigênio pelo miocárdio durante o repouso é baixa e alta durante o exercício.

 Quais as repercussões das adaptações crônicas sobre a variável volume sanguíneo?

O treinamento aeróbio poderá produzir um aumento no volume sanguíneo dos praticantes. Maratonistas, ou seja, atletas altamente treinados poderão apresentar um volume sanguíneo de 20 a 25% maior que indivíduos sedentários. Os incrementos do volume sanguíneo estão intimamente associado ao aumento do volume plasmático. Um ponto interessante é que essas adaptações crônicas (aumento do volume sanguíneo e plasmático) poderão ocorrer tanto em homens como mulheres, independendo da idade do indivíduo.

As alterações no volume plasmático ocorreram logo após o início da prática do treinamento aeróbio, podendo atingir aumentos de 8 a 10% na primeira semana de treinamento. Entretanto, na sequencia ocorrerá um platô, ou seja, estagnação dos incrementos do volume plasmático. Dentro de um período de 10 dias de treinamento aeróbio a expansão no volume plasmático é responsável pelas alterações no volume sanguíneo. Porém, pouca ou nenhuma mudança na massa de hemácias ocorrerá.

Contudo, após um mês de pratica sistematizada do treinamento aeróbio o aumento comporta uma distribuição mais igual entre os aumentos mas volume plasmático e na massa de hemácias. Porém, após a interrupção do treinamento os volumes sanguíneo e plasmático retornaram ao seus níveis pré treinamento.

Quais adaptações crônicas ocorrem no débito cardíaco com a pratica do treinamento aeróbio sistematizado?

A variável cardiovascular débito cardíaco não modificara-se após a realização do treinamento aeróbio sistematizado, isso ocorre graças a um volume sistólico de ejeção e uma frequência cardíaca reduzida. Quando o indivíduo exercita-se em uma carga de esforço submáxima da sua capacidade atual, o débito cardíaco para o trabalho submáximo diminui ou mantem inalterado em relação ao seu valor de repouso. Entretanto, quando um indivíduo exercita-se em uma intensidade máxima da sua capacidade física o valor do seu débito cardíaco será maior do que um indivíduo sedentário também exercitando-se na sua capacidade aeróbia máxima.

As adaptações crônicas do débito cardíaco máximo, ou seja, o aumento no débito cardíaco máximo observado em um exercício máximo esta atrelado a um aumento no volume sistólico, pois a frequência cardíaca máxima não modificara-se com o capaz de ter qualquer significado fisiológico. Um ponto importante a salientar é que a magnitude do aumento no débito cardíaco dependerá da carga de esforço (volume e intensidade) da sessão de treinamento aeróbio.

Como ocorre as adaptações crônicas no volume sistólico?

O treinamento aeróbio sistemático resultará em um volume sistólico maior no repouso, nos exercícios em intensidade submáximas e máximas. As adaptações crônicas do aumento no volume sistólico resultará de um volume plasmático aumentado, de maiores dimensões cardíacas, de um maior retorno venoso e de uma maior capacidade do ventrículo esquerdo distender-se e acomodar esse retorno venoso aumentado.

O enchimento ventricular aumentado e o esvaziamento reduzido aprimorados contribuirão para o volume sistólico maior em indivíduos treinados aerobiamente. Todavia, parece que o enchimento ventricular exercerá maior influência.

Como ocorre as adaptações crônicas da frequência cardíaca com o treinamento aeróbio sistematizado?

Uma das adaptações crônicas com a pratica do treinamento aeróbio é produzir valores de frequência cardíaca menores no repouso, fenômeno esse denominado de bradicardia. Bradicardia é definida tecnicamente como uma frequência cardíaca menor que 60 Batimentos Por Minuto (bpm) em repouso.  O fenômeno da bradicardia é um dos maiores indicadores palpáveis sem instrumentos sofisticados das adaptações crônicas ao treinamento aeróbio. A frequência cardíaca máxima poderá não modificar-se ou diminuir ligeiramente com as adaptações crônicas ao treinamento aeróbio.

Como ocorrem as adaptações crônicas da variável consumo máximo de oxigênio (Vo2máx) com a pratica sistemática do treinamento aeróbio?

Como uma das adaptações crônicas ao treinamento aeróbio ocorrerá um aumento no consumo máximo de oxigênio do praticante, ou seja, aumento no seu VO2 máx. Magnitude da adaptação crônica dessa variável dependerá da carga de esforço do treinamento aplicado. Porém, é comum observar os incrementos no VO2 máx ficando entre 5 a 30%. As melhoras no Vo2máx ocorrem rapidamente durante os primeiros dois meses do programa de treinamento aeróbio. Contudo, após esse período melhoras ou aumento nessa variável (VO2máx) são observadas mais lentamente. Esse padrão de melhora citado acima no texto parece ser independente do sexo, entretanto indivíduos idosos poderão necessitar de um maior tempo de treinamento aeróbio sistematizado para experimentar incrementos nos seus níveis de VO2máx.

As adaptações crônicas, ou seja, os aprimoramentos nos valores de VO2 máx dependerão de adaptações cardiovasculares centrais e periféricas. O débito cardíaco máximo aumentado representará uma das adaptações crônicas ao treinamento aeróbio que influencia diretamente nos incrementos dos valores de VO2máx. É importante salientar que o Vo2máx pode ser calculado como o produto do débito cardíaco e da diferença arteriovenosa de oxigênio (dif a-vO2). A dif a-vO2 refletirá a extração de oxigênio pelos tecidos ou grupo musculares ativos e, consequentemente representará uma das adaptações crônicas periféricas que confirmará o aprimoramento dos níveis de Vo2 Máx dos indivíduos.

Um ponto importante a frisar é que melhora nos valores de Vo2máx com a pratica de exercícios aeróbios é determinado pelo potencial genético do indivíduo. Dessa forma, apesar de todos os indivíduos que praticam o treinamento aeróbio conseguirem melhorar os seus níveis de Vo2máx com o treinamento, o potencial genético determinará o limite superior.

Quais as adaptações crônicas com o treinamento aeróbio ocorrem na variável pressão arterial?

Grande parte dos estudos relatam que pouca ou nenhuma mudança crônica nos valores de pressão arterial sistólica, diastólica em repouso, durante os exercícios submáximos e máximo em indivíduos praticantes de treinamento aeróbio. Entretanto, os níveis de pressão arterial sistólica alcançados pelos indivíduos treinados aerobiamente poderão ser maiores em um exercício máximo, quando comparado a indivíduos sedentários também em sua capacidade máximo aeróbia.

Como ocorrem as adaptações crônicas em um indivíduo que pratica treinamento aeróbio na variável fluxo sanguíneo muscular?

Com a pratica sistemática do treinamento aeróbio o fluxo sanguíneo muscular em repouso não modifica-se. Entretanto, o fluxo sanguíneo em indivíduos treinados aumenta durante o exercício máximo em virtude do aumento da capilarização muscular, fenômeno denominado de angiogense.

Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e saibam quais as adaptações crônicas ao longo de um período de treinamento aeróbio ocorrem.

 

 

 

 

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