Treino em Foco Responde

Movimentos do Peitoral, Dorsal e tríceps Com Anatomia Palpatória

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Utilizar a anatomia palpatória é uma estratégia interessante para confirmar a ação muscular em determinados movimentos.

Quais os pontos de origem e inserção do músculo peitoral maior?

As fibras que constituem o músculo peitoral maior não apresentam a mesma direção e sentido. Dessa forma, do ponto de vista cinesiológico o peitoral maior é “dividido” em três porções ou feixes de fibras. Ou seja, em porção/feixe clavicular, esterno e costal.  Cada uma dessas porções/feixes do peitoral maior apresentam um ponto de origem e inserção diferentes. A seguir no texto, será descrito os pontos de fixações (origem e inserção) de cada porção/feixe do peitoral.

A porção/feixe clavicular do peitoral tem sua origem localizada na metade medial da clavícula. Já sua inserção está localizada na crista do tubérculo maior do úmero. Assim, as fibras da porção/feixe clavicular apresentam uma direção horizontal com um sentido oblíquo.

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A porção/feixe esternal tem sua origem localizada no osso esterno e nas cartilagens da primeira a quinta costelas. A sua inserção está localizada também no crista do tubérculo maior do úmero, porém em uma região mais medial em relação a inserção da porção/feixe clavicular que encontra-se mais inferior.  Dessa forma, as fibras que constituem essa porção/feixe estão em uma direção horizontal e com um sentido mais oblíquos para cima. Já as fibras mais superior estão em um sentido oblíquo e para baixo nas fibras mais inferior dessa porção/feixe do peitoral.

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Por fim, a porção/feixe costal tem sua origem localizada na aponeurose do músculos oblíquo externo e na cartilagem da sexta costela. Já sua inserção está localizada como as outras porções/feixes na crista do tubérculo maior do úmero porém, em uma posição superior em relação a inserção da porção /feixe costal e clavicular. Já sua fibras encontra-se em um sentido oblíquo de cima para baixo.

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Diante desses pontos de origem e sentido das fibras diferentes entre essas porções/feixes do peitoral maior participarão de movimentos diferentes da articulação glenoumeral. Na sequência do texto será descrito cada movimento produzido pelas diferentes porções/feixes do peitoral maior.

Quais os movimentos produzidos pela porção/feixe clavicular do peitoral maior?

O músculo peitoral como um todo é motor primário do movimento de adução horizontal dos ombros e rotação medial do ombro em sinergismo com os músculos latíssimo do dorso, deltoide feixe clavicular/anterior, redondo maior e subescapular. Ou seja, quando realiza-se o movimento de adução horizontal do ombro será solicitado todas as porções/feixes do peitoral maior.

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Agora analisando particularmente a porção/feixe clavicular em virtude do ponto de origem e inserção e sentido das fibras, além de participar da adução horizontal do ombro também atuará no movimento de flexão dos ombros em sinergismo com deltoide clavicular/anterior, coracobraquial e bíceps braquial cabeça longa.

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Já a porção/feixe esternal do peitoral além de participar dos movimentos de adução horizontal e rotação medial dos ombros, atuará no movimento de adução frontal dos ombros em sinergismo com o latíssimo do dorso, redondo maior, coracobraquial e bíceps braquial cabeça curta.

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Por fim, a porção/feixe costal além de obviamente participar dos movimentos de adução horizontal e rotação medial do ombro, também participar de outro movimentos. Ou seja, participará do movimento de adução frontal do ombro em sinergismo a porção/feixe esternal do peitoral, latíssimo do dorso, redondo maior, coracobraquial e bíceps braquial cabeça curta. Além disso, também atuará no movimento de extensão do ombro em sinergismo com o deltoide posterior, latíssimo do dorso, redondo maior e tríceps braquial cabeça longa. Uma peculiaridade dessa porção/feixe do peitoral maior é que será acionado de forma mais intensa em relação as outras porções/feixes em contração concêntrica durante a execução da fase ascendente (concêntrica) do exercício de mergulho na barra paralela.

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Por fim, o músculo peitoral também tem uma função de produzir estabilização da articulação glenoumeral. Ou seja, quando cargas mecânicas tendem a elevar ou deprimir o osso úmero, assim podendo produzir um deslocamento ou decoaptação da cabeça do úmero da cavidade glenoide, o peitoral maior será acionado para tracionar para cima ou para baixo o úmero e mantê-lo bem posicionado dentro da cavidade glenoide.

Quais os pontos de fixações (origem e inserção) do músculo latíssimo do dorso ou grande dorsal?

O latíssimo do dorso ou grande dorsal está localizada na região posterior do tronco e é considerado o maior músculo do corpo humano. É um músculo que apresenta a característica de multipenado. Um músculo com essa característica (multipenado) tem uma área de seção transversal muito grande e consequentemente ótima capacidade para produzir força.

Esse músculo (latíssimo do dorso) tem sua origem localizada no processos espinhosos da sétima vertebra torácica até o processo espinhosos da quinta vértebra lombar. Ainda tem ponto de origem na região posterior da crista ilíaca e por fim na face dorsal do sacro a partir da aponeurose toracolombar. Já seu ponto de inserção está localizado na face anterior do osso úmero mais precisamente na crista do tubérculo menor do úmero. Um ponto importante a salientar é que as fibras mais superiores (próximo as escapulas) apresentam um sentido mais verticalizado. Por outro lado, as fibras mais mediais apresentam-se em um sentido mais oblíquo em relação as superiores. E por fim, as fibras mais inferiores apresentam ainda mais oblíquas quase que verticalizadas em relação ao sentido das fibras mediais e superiores.

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A seguir no texto serão apresentados os movimentos produzidos por esse músculo.

Quais os movimentos que o latíssimo do dorso é capaz de produzir?

Como descrito acima no texto em virtude da análise dos pontos de fixações, pode-se visualizar que esse músculos “cruza” apenas a articulação glenoumeral posteriormente e tem seu ponto de inserção anteriormente em relação a essa articulação. Entretanto, esse músculos não apresenta braço de potência para produzir torque em movimento de flexão do ombro, pois todo o seu ventre muscular está localizado posteriormente em relação ao úmero. Dessa forma, o latíssimo do dorso apresenta um braço de potência, ou seja, é o motor primário para produzir os movimentos de adução frontal glenoumeral em sinergismo com os músculos peitoral maior fibras costais, redondo maior, coracobraquial, cabeça longa do tríceps braquial e bíceps cabeça curta, quando essa articulação (glenoumeral) encontra-se em previa abdução.

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 Também participará do movimentos de abdução transversal ou horizontal glenoumeral em sinergismo com os músculo deltoide porção/feixe posterior, infraespinhal e redondo menor, partindo de uma prévia adução transversal. É principal motor primário do movimento extensão glenoumeral partindo-se de um prévia flexão glenoumeral até o ponto em que o membro superior fique alinhado com o tronco. Para esse movimento ocorrerá o trabalho sinérgico dos músculos deltoide porção/feixe espinhal, redondo maior, tríceps braquial cabeça longa e peitoral maior fibras costais. Por fim, da rotação medial glenoumeral, partindo da posição anatômica ou de uma rotação lateral, em sinergismo com os músculos deltoide porção/feixe clavicular, peitoral maior, redondo maior e subescapular.

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Um ponto importante a salientar, é que em virtude de apresentar um ponto de origem na região na face dorsal do sacro via aponeurose toracolombar, ele (latíssimo do dorso) também terá a capacidade de auxiliar os eretores da espinha (longuíssimo, espinhal, multifidios) para produzir o movimento de extensão e hiperextensão da coluna vertebral.

Além de produzir os movimentos descritos acima, o latíssimo do dorso apresenta uma capacidade de estabilizar a cabeça do osso úmero dentro da cavidade glenoide. Ou seja, em movimento em que se produz tendência a decoaptar a articulação glenoumeral, projetando a cabeça do úmero superiormente e assim para fora da cavidade glenoide, o latíssimo do dorso, principalmente as fibras mais mediais e inferiores, que apresentam um sentido mais oblíquo serão acionados para fixar o úmero.

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Qual os locais de fixação (origem e inserção) dos músculos que compõem o grupo muscular tríceps braquial?

O grupo tríceps braquial encontra-se anatomicamente localizada na face posterior do seguimento braço. Esse grupo muscular é constituído por três cabeças, que se diferenciam nos pontos de origem, ou seja, cada cabeça tem sua origem em um determinado local.

 Diante disso, a cabeça longa do tríceps tem sua origem localizada no tubérculo infraglenoidal da escapula.

Já a cabeça curta ou lateral tem seu ponto de origem localizado na metade proximal da face posterior do corpo do úmero.

Por fim, a cabeça medial tem sua origem localizada na metade distal da face posterior do corpo do úmero. Um ponto importante a salientar é que a inserção das três cabeças do tríceps braquial está localizada no olecrano da ulna.

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Diante da descrição dos pontos de origem e inserção, pode-se visualizar que somente a cabeça longa do tríceps braquial “cruza” duas articulações, ou seja, a articulação glenoumeral/ombro e a do cotovelo, sendo assim biarticular. Porém, as outras duas cabeças “cruzam” apenas a articulação do cotovelo, sendo então monoarticulares.

Quais os movimentos que as três cabeças do tríceps braquial produzem?

Analisando inicialmente a cabeça longa do tríceps braquial como descrito acima ela é biarticular ou seja, tem a capacidade de atuar em movimentos da articulação glenoumeral/ombro e cotovelo. Como o seu tendão de origem passa pela face posterior da articulação glenoumeral, essa cabeça do tríceps ao se contrair terá a capacidade de participar dos movimentos de extensão, adução coronal e abdução transversal glenoumeral/ombro. É importante frisar que nesse movimento de extensão glenoumeral/ombro a cabeça longa do tríceps braquial atuará em sinergismo com o músculos latíssimo do dorso (motor primário da extensão glenoumeral/ombro a partir de um flexão ombro) e deltoide porção/feixe posterior. Já para no movimento de adução a cabeça longa do tríceps braquial atuará em sinergismos com os principais adutores glenoumerais com peitoral maior, latíssimo do dorso e redondo maior.

Já para o movimento de abdução transversal ela (cabeça longa do tríceps) atuará em sinergismos com o deltoide posterior, romboides maior/menor e trapézio principalmente as fibras mediais. E obviamente como o tendão de inserção dessa cabeça do tríceps passa por trás da articulação do cotovelo, a cabeça longa também é uma extensora do cotovelo.

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Já a cabeça curta/lateral e medial como somente “cruzam” posteriormente a articulação do cotovelo, sendo assim monoarticular, obviamente terão a capacidade apenas de produzir movimento no cotovelo. Assim, produzem em sinergismo com a cabeça longa a extensão do cotovelo.

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Diante disso, personal você poderá entender que todas as três cabeças do tríceps braquial atuam na extensão do cotovelo, sendo assim o principal movimento que esse grupo muscular produz. Não se pode esquecer que para esse movimento (extensão do cotovelo) as três cabeças terão auxilio do músculos ancôneo. A literatura demonstra que a principal função do ancôneo, é de durante o movimento de extensão do cotovelo puxar a membrana sinovial da articulação do cotovelo, assim impedindo que atrapalhe o avanço do olecrano.

Portanto, personal trainer diante desse conhecimento de anatomia e cinesiologia, quais exercícios realizar pra produzir uma forte treinabilidade do grupo muscular tríceps braquial.

Alunos analisem a vídeo e entendam a aplicação da anatomia palpatória.

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