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Treinamento de velocidade em pista

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A realização de treinamento de velocidade em pista, parece produzir ajustes na capacidade de fornecimento de energia de forma anaeróbia.

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    Com sua evolução no treinamento o professor João Moura passou a realizar em alguns dias da semana sessões de treinamento de velocidade em pista. Pois como ele (professor João) realiza treinamentos na sala de musculação, esses treinos tem por característica deixa-lo um pouco travado. Dessa forma, o professor João tem como objetivo realizar essas sessões de treinamento de velocidade para produzir uma “soltura” na sua musculatura.  Essa “soltura” na musculatura é importante para facilitar a pratica dos seus treinos de futevôlei.

   Na maioria das vezes essas sessões de treinamento de velocidade são realizadas em uma intensidade que corresponde entre 60 a 65% da sua capacidade de velocidade máxima, com tiros de 70 a 80 metros. Além do benefício descrito acima (produzir uma soltura na musculatura) essas sessões de treinamento de velocidade produzirão ajustes fisiológicos como, aumento na atividade de enzimas do sistemas ATP-PCr e glicolítico para o fornecimento de energia. Esses ajustes poderão auxiliar o professor João na pratica do futevôlei.

Quais as características de uma sessão de treinamento de velocidade em pista?

    Durante uma sessão de treinamento de velocidade em pista, o indivíduo executará os “tiros”, ou seja, as corridas em velocidade durante uma determinada distancia ou tempo e, em seguida realizará um período de recuperação. Já ao final desse período de recuperação o indivíduo voltará a realizar um tiro. Diante dessa, característica podemos entender que o treinamento de velocidade em pista é um treino intervalado, que por sua vez poderá ser de baixa, moderada ou alta intensidade. Obviamente essa característica (intensidade) dependerá do objetivo principal do indivíduo.

   Portanto, pode-se entender que durante a realização dos tiros ou piques ocorrerá um forte acionamento do fornecimento de energia através do sistema dos fosfagênios de alta energia (ATP+ fosfocreatina) e também da glicólise anaeróbia. Por outro lado, durante de recuperação ocorrerá um forte acionamento do sistema aeróbio para produção de energia (ATP), para a recuperação por exemplo, dos níveis de fosfocreatina.

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Como definir a intensidade e duração dos tiros no treinamento de velocidade para produzir ajustes nesses sistemas de fornecimento de energia citados acima?

    Se o indivíduo tem como principal objetivo produzir ajustes fisiológicos no sistema de fornecimento de energia dos fosfagênios de alta energia, a literatura apresenta que seja interessante realizar tiros mais intensos, por exemplo entre 80 a 100% da velocidade máximo do indivíduo e que durem em torno de 25 segundos para menos.

    Por outro lado, se o objetivo do indivíduo seja realizar ajustes fisiológicos para o fornecimento de energia através da glicólise anaeróbia, a literatura aborda que seja interessante realizar tiros entre 65 a 80% da sua velocidade máxima. Já a duração dos tiros deverá ficar em torno dos três a quatros minutos de execução.

De que forma ocorrem as adaptações do treinamento anaeróbio?

    Em atividades musculares que dependem da produção de força em níveis submáximos ou próximo da máxima, como treinamento de velocidade, ciclismo, natação, grande parte das necessidades de energia como descrito acima é atendida pelo sistema ATP e fosfocreatina, e pela degradação de forma anaeróbia do glicogênio muscular.

Quais os testes utilizados para mensurar a potência e capacidade anaeróbia?

    Alguns pesquisadores da área do exercício tem tido dificuldade para chegar a um consenso quanto ao forma apropriada em laboratório ou o teste de campo para mensurar a potência anaeróbia. Por exemplo, ao contrário do que ocorre com a potência aeróbia, para qual o Vo2máx é geralmente tido como a medida de referência, não existe um teste que meça efetivamente de maneira direta a potência anaeróbia. Na literatura quase todos os estudos publicados foram realizados com base em três testes diferentes, abarcando a potência anaeróbia ou a capacidade anaeróbia sendo eles, o teste anaeróbio de Wingate, o teste de potência crítica e o teste de déficit máximo acumulado de oxigênio. Porém, dentre os três testes, o de Wingate tem sido o mais comumente utilizado.

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Como é realizado o teste de Wingate ?

    De uma forma geral, o indivíduo pedala em cicloergometro em velocidade máxima durante 30s contra uma grande força de frenagem. Essa força de frenagem será determinada pelo peso, pelo gênero, pela idade e pelo nível de treinamento do indivíduo a ser testado. A produção de potência poderá ser instantaneamente determinada ao longo dos 30 segundos de teste, mas em geral esse dado é em média, de intervalo de três a cinco segundos. Por sua vez, a potência de pico é a maior potência mecânica atingida durante qualquer estágio no teste e corre geralmente durante os primeiros cinco a 10 segundos, sendo considerado um indicie de potência anaeróbia.

   Já a produção de potência média é computada como a média dessa variável ao longo do período total de 30 segundos, e o trabalho total é obtido simplesmente como a multiplicação da produção média de força por 30 segundos. Com isso, os pesquisadores utilizam a produção média de potência e o trabalho total como indicadores da capacidade anaeróbia. Por exemplo, no treinamento anaeróbio, como o treinamento de velocidade em pista ou em um cicloergometro, ocorrem incrementos tanto na potência anaeróbia de pico como na capacidade anaeróbia.

Quais as adaptações que ocorrem a nível muscular com a prática do treinamento de velocidade em pista?

    Em treinos anaeróbios, como por exemplo o treinamento de velocidade em pista, correm mudanças no músculo esquelético que refletem especificamente o recrutamento das fibras musculares para esses tipos de atividades. Por exemplo, em situações que envolvem intensidades maiores, as fibras musculares do tipo II são acionadas em maior quantidade, mas não exclusivamente, porque as fibras do tipo I também serão recrutadas.

     De uma forma geral em treinamento de velocidade em pista utilizam-se as fibras do tipo II em quantidades significativamente maiores do que em exercícios aeróbios. Consequentemente, tanto as fibras musculares do tipo IIa como as fibras do tipo IIx tenderão a exibir aumento na sua área de secção transversal. A literatura aponta que a área de secção transversal das fibras do tipo I também ficarão aumentadas, entretanto parece que em menor grau.

     Estudos apontam ainda que com a realização do treinamento de velocidade, parece produzir redução no percentual de fibras do tipo I e aumento no percentual de fibras do tipo II, ocorrendo maior mudança nas fibras do tipo IIa. Por exemplo, em um estudo bem interessante, os indivíduos praticavam treinamento de velocidade de 15 s e de 30s em intensidade máxima. Os pesquisadores identificaram que que o percentual de fibras do tipo I diminuiu de 57 para 48%, e o das fibras do tipo IIa aumentou de 32 para 38%.

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Como ocorrem as adaptações nos sistemas de fornecimento de energia com pratica de treinamento de velocidade?

    Assim como o treinamento aeróbio gera mudanças nos sistemas de fornecimento de energia por meio da via aeróbia, o treinamento anaeróbio também altera os sistemas de ATP-PCr e glicolítico anaeróbio.

Adaptações no sistema ATP-PCr.

    Sessões de exercícios físicos que enfatizam a produção de força muscular máximo ou quase máxima, como o treinamento de velocidade, dependem muito do sistema de fornecimento de energia ATP-PCr. Qualquer esforço máximo que dure menos de 6 s impõe as maiores demandas na degradação e na síntese de ATP e PCr. Em um estudo Costil et al. publicaram achados a partir de um estudo de treinamento de força e seus efeitos sobre o sistema ATP_PCr.  Nesse estudo os indivíduos fizeram extensões máximas dos joelhos. Um perna dos indivíduos era treinada em sessões de trabalho com duração de 6s e 10 repetições. Essa forma de treinamento forçava a liberação de energia a partir do sistema ATP_PCr. A outra perna era treinada com sessões máximas de 30 segundos, forçando a liberação de energia a partir do sistema glicolítico.

    Ao final do estudo os pesquisadores identificaram que as duas formas de treinamento produziram os mesmos ganhos de força, cerca de 14%, e a mesma resistência a fadiga. Já as atividades das enzimas creatinaquinase e mioquinase que são enzimas musculares anaeróbias, aumentaram como repostas ao treinamento de 30s, mas ficaram quase que inalteradas com o treinamento de 6s. Esses achados levaram os pesquisadores concluírem que as sessões de velocidade máxima (6s) poderiam melhorar a força muscular, mas pouco contribuíam para os mecanismos responsáveis pela degradação de ATP e PCr. Entretanto, a literatura também demonstra que ganhos nas atividades enzimáticas dos sistema de ATP –PCr com sessões de treinamento com apenas 5s foram identificadas.

    Independentemente dos resultados, conflitantes, tais estudos sugerem que as sessões de treinamento que duram poucos segundos, aumentam os níveis de força muscular. Por sua vez, esses aumentos nos níveis de força muscular capacitaram os indivíduos a realizar determinada tarefa com menor esforço, diminuindo assim a ocorrência precoce de fadiga.

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Adaptações no sistema glicolítico.

    A literatura tem demonstrado que o treinamento anaeróbio (sessões e 30s) aumentam a atividade de diversas enzimas glicolíticas essenciais. As enzimas mais frequentemente estudo pela literatura são; fosforilase, fosfofrutocinase (PFK)  e lactato desidrogenase (LDH). Estudos apontam que a atividades desses três enzimas citadas acima aumentaram em torno de 10 a 25% com repetidas sessões de treinamento com duração de 30s. Entretanto, poucos mudaram com realização de sessões de 6s.

     Em um estudo recém publicado, que o treinamento de 30s com esforço máximo aumentou significativamente a hexoquinase (56%) e a PKF (49%), mas não a atividade total da fosforilase ou da lacto desidrogenase.  Considerando-se que tanto a PKF como a fosforilase são essenciais para a produção anaeróbia de ATP, esses tipos de treinamento (esforço máximo) poderia aumentar a capacidade glicolítica e permitir que o músculos desenvolvesse maior tensão durante um período mais longo.

     Por fim a literatura aponta de uma forma geral, que o treinamento anaeróbio, por exemplo treinamento de velocidade aumenta as enzimas dos sistemas ATP-PCr e glicolítico. Entretanto, parece não ter efeito sobre as enzimas oxidativas. Por outro lado, o treinamento aeróbio aumenta as enzimas oxidativa, mas tem pouco efeito sobre as enzimas dos sistemas ATP-PCr e glicolítico. Essa afirmação reforça que as alterações fisiológicas resultantes do treinamento são altamente especificas para o tipo de treinamento.

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Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e identifiquem um treinamento de velocidade em pista.

 

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