Qualificando seu Treino

Como treinar tendões, ligamentos e cartilagem das articulações?

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Os ligamentos, tendões e cartilagens das articulações também terão adaptações biopositivas com a realização do treinamento resistido com pesos ou musculação.

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Já é compreendido por muitas pessoas e principalmente pelos praticantes de Treinamento Resistido com Pesos (TRP) ou musculação que as principais adaptações geradas por essa modalidade de exercitação física é o aumento da força e do volume muscular (hipertrofia). Entretanto, com a prática sistemática do TRP ou musculação além das adaptações geradas ao sistema nervoso central e muscular, ocorrerá adaptações biopositivas sobre estruturas como: tendões, ligamentos e cartilagens articulares.  Todavia, é importante salientar que a velocidade de adaptações dessa estruturas citadas (ligamentos, tendões e cartilagens presente nas articulações) será em menor magnitude do que a velocidade de adaptação produzida no sistema muscular.

Diante disso, é necessário que durante a periodização do TRP, o profissional de Educação física realize para o seu cliente ou aluno incrementos de quilagem e de carga de esforço das sessões de forma paulatina e progressiva. Pois, com essa estratégia esse profissional potencialmente estará minimizando possíveis lesões nessas estruturas.

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Qual a classificação das articulações?

As articulações do corpo humano são classificadas, estruturalmente, com base nas suas características anatômicas e, funcionalmente, levando em consideração o tipo de movimento que permitem.

A classificação estrutural das articulações baseia-se em dois critérios, sendo eles: 1- presença ou ausência de espaço entre os ossos da articulação, chamado de cavidade articular (sinovial); e 2- o tipo de tecido conjuntivo que une os ossos. Estruturalmente as articulações são classificadas dessa forma que será listado a seguir no texto:

Articulações fibrosas: Nesse tipo de articulação não existe cavidade articular e os ossos são unidos por tecido conjuntivo denso não moderado, rico em fibras colágenas.

Articulações cartilagíneas: Nesse tipo de articulação não existe cavidade articular e os ossos são unidos por cartilagem.

Articulações sinoviais: Nesse tipo de articulação os ossos que a formam tem uma cavidade articular (sinovial) e são unidos por tecido conjuntivo denso não modelado de uma cápsula articular e, frequentemente, por ligamentos acessórios.

Já a classificação funcional das articulações relaciona-se com o grau de movimento que permitem. Funcionalmente, as articulações são classificadas como um dos seguintes tipos:

– Sinartrose: é um articulação fixa;

– Anfiartrose: é caracterizado por um tipo de articulação com pouca mobilidade;

– Diartrose: é um tipo de articulação com liberdade de movimentos. Todas as diartroses são articulações sinoviais, que possuem variedade de formatos e permitem diversos tipos diferentes de movimentos.

Quais as características das articulações fibrosas?

Como apresentado acima no texto, esse tipo de articulação não apresenta uma cavidade articular (sinovial). Os ossos desse tipo de articulação são unidos, muito compactamente, por tecido conjuntivo denso não modelado. Com isso, as articulações fibrosas permitem pouco movimento. Os três tipos de articulações fibrosas incluem as suturas, as sindesmose e as membranas interósseas.

Articulações suturas: é composta por uma fina camada de tecido conjuntivo denso não modelado. As articulações suturas podem ser identificadas apenas nos ossos do crânio. Por exemplo é a sutura coronal entre o parietal e os frontais. As bordas irregulares interligadas das suturas conferem resistência adicional e diminuem as chances de fratura. Como a sutura é fixa, é classificada funcionalmente como uma sinartrose.

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Articulações fibrosas sindesmoses: Uma sindesmose é um articulação fibrosa na qual é caracterizada por uma distância maior entre as faces da articulação e há presença de mais tecido conjuntivo denso não modelado do que em uma sutura. Esse tecido conjuntivo denso está normalmente disposto como um feixe (ligamento) e a articulação permite movimento limitado. Um exemplo de sindesmose é a sindesmose tibiofibular, na qual o ligamento tibiofubular anterior une a tíbia e a fíbula.

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– Membranas interósseas: Essa categoria final de articulações fibrosas é caracterizada por um lâmina substancial de tecido conjuntivo denso não modelado que une os ossos longos adjacentes e permite pouco movimento(anfiartrose). No corpo humano há duas membranas interósseas (sindesmose) principais. Um ocorre entre o rádio e a ulna, no antebraço e a outra ocorre entre a tíbia e a fíbula.

Quais as características e funcionalidade das articulações cartilagíneas?

Como uma articulação fibrosa, uma articulação cartilagínea não possui uma cavidade articular (sinovial) e permitirá pouco ou nenhum movimento. Nesse tipo de articulação os ossos são firmemente unidos por cartilagem hialina ou por fibrocartilagem. Os dois tipos de articulações cartilagíneas são as sincondroses e as sínfises. A seguir no texto será apresentado as características dessas articulações.

–  Articulação cartilagínea sincondroses: Tem por característica apresentar um material de conexão que é uma cartilagem hialina. Um exemplo de sincondrose é a cartilagem epifisial, que une a epífise e o corpo (diáfise) de um osso em crescimento. Funcionalmente uma sincondrose é uma sinartrose. Um ponto importante a salientar é que quando o alongamento de um osso cessa, o osso substitui a cartilagem hialina e a sincondrose torna-se uma sinostose, uma articulação ossificada. Um outro exemplo de sincondrose é a articulação entre a primeira costela e o manúbrio do esterno, que também se ossifica durante a vida adulta, tornando-se uma sinostose fixa.

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Articulações cartilagíneas sínfises: as extremidades dos ossos dessa articulação são recobertas por cartilagem hialina, mas um disco plano largo de fibrocartilagem une os ossos. Todas as sínfises ocorrem na linha mediana do corpo. A sínfise púbica entre as faces anteriores dos ossos do quadril é um exemplo de sínfise. Esse tipo de articulação também pode ser identificado na junção do manúbrio com o corpo do esterno e nos discos intervertebrais, entre os corpos vertebrais. Um sínfise é um anfiartrose, ou seja, uma articulação pouco móvel.

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Quais as características das articulações sinoviais?

As articulações sinoviais tem certas características que as distinguem das demais articulações. A característica única de um articulação sinovial é a presença de um espaço chamado de cavidade articular (sinovial) entre os ossos da articulação. Como essa cavidade articular permite que uma articulação execute movimentos com ampla liberdade. Todas as articulações sinoviais são classificadas funcionalmente como diartroses. Os ossos em uma articulação sinovial são recobertos por uma lâmina de cartilagem hialina, chamada de cartilagem articular. Essa cartilagem recobre as faces articulares dos ossos com uma superfície escorregadia e lisa, porém não une os ossos. Essa cartilagem articular reduz o atrito entre os ossos na articulação durante o movimento e ajuda a absorver impactos.

 Quais as características da cápsula articular?

Uma cápsula articular, semelhante a um manguito, envolve uma articulação sinovial, circunda a cavidade articular e une os osso da articulação. Essa capsula articular é composta por duas camadas, uma cápsula fibrosa externa e uma membrana sinovial interna.  A flexibilidade dessa capsula fibrosa permitirá considerável movimento na articulação, enquanto sua grande resistência a tração ajuda a evitar o deslocamento do osso.  Já a camada interna da cápsula articular, a membrana sinovial, é composta por tecido conjuntivo areolar com fibras elásticas. Em muitas articulações sinoviais, a membrana sinovial apresenta considerável conteúdo de tecido adiposo, que são denominados de corpos adiposos articulares. Um exemplo é o corpo adiposo infrapatelar no joelho.

 Quais as características do líquido sinovial?

A membrana sinovial secreta líquido sinovial, um líquido amarelo-claro e viscoso. Esse liquido tem aparência e consistência semelhante a clara de ovo crua. O líquido sinovial consiste em ácido hialurônico, secretado por células semelhantes aos fibroblastos situadas na membrana sinovial e em liquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. O liquido forma uma película fina sobre as superfícies dentro da capsula articular. Suas principais funções incluem a redução do atrito, por meio da lubrificação da articulação, a absorção de impactos e o fornecimento de oxigênio e nutrientes para os condrócitos dentro a cartilagem articular, assim como a remoção do dióxido de carbono e resíduos produzidos pelos condrócitos.

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Como é a estrutura e a composição dos tendões e ligamentos?

Os tendões e ligamentos são compostos por tecido conjuntivo. Por sua vez os tecidos conjuntivos geram e mantem a forma no corpo, e funcionam mecanicamente para conectar e ligar células e órgãos dando, com isso, suporte para o corpo. Os tendões e ligamentos são classificados como tecido conjuntivo denso e regular. Os feixes de fibras em tendões e ligamentos ficam compactados e paralelos uns aos outros. Essa arranjo torna-os bem adaptados para resistir a tração ou as forças tênseis.

Assim como todos os tecidos conjuntivos densos, os tendões e ligamentos são compostos de dois compartimentos principais, as células e matriz extracelular. Em tendões e ligamentos a principal célula é o fibrócito, também chamado de fibroblasto, quando ele está produzindo proteínas ativamente. Entretanto, as células representam apenas 20% do volume total do tecido. Por sua vez, os fibroblastos produzem e secretam os componentes da matriz extracelular que compõem 80% restantes.

A matriz extracelular é composta de fibras (colágeno e elastina) e da substancia fundamental gelatinosa que preenche os espaços entre as células e as fibras. Essa substancia é composta por glicoproteínas estruturas não colágenas, ou seja por fibronectina, proteoglicanos (decorina , biglicano) e água.

A seguir no texto será apresentado o que ocorre com as articulações, os tendões, ligamentos e cartilagens durante a pratica do TRP.

Existe uma forma de realizar um treinamento específico para tendões, ligamentos e cartilagens, ou seja, para fortalecer articulações de um modo geral?

Alguns seguidores vem questionamento o Treino em Foco de como realizar treinamento específicos para fortalecer tendões, ligamentos, cartilagem, ou seja as articulações como um todo.  Um primeiro ponto a salientar é que não existe um método ou uma forma de treinamento específico para focar somente o trabalho por exemplo de fortalecimento sobre essas estruturas citadas acima no texto.

Entretanto, a boa informação que o Treino em Foco traz é que durante a realização por exemplo de sessões de TRP é possível obter resposta adaptativas crônicas para essas estruturas, ou seja, para cartilagens, tendões e ligamentos. Ou seja, quando um indivíduo é praticamente de TRP ou musculação além da resposta adaptativa crônica do sistema muscular (incrementos de força e hipertrofia muscular) também ligamentos, tendões e cartilagens também sofrerão uma adaptação biopositiva.

Um ponto importante a salientar é que velocidade adaptativa dos tendões, ligamentos e cartilagem será menor quando comparado a velocidade das adaptações crônicas produzida no sistema muscular. Diante disso, os indivíduos praticantes de TRP deverão tomar um pouco de cuidado ao aumentar as quilagens nas sessões de treinamento. Ou seja, as quilagens deverão ser incrementadas de forma paulatina e gradual, evitando assim, a possível ocorrência de algum tipo de lesão ligamentos, tendínea ou cartilaginosa.

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Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e analisem as orientações do Professor João Moura sobre a adaptações dos ligamentos, tendões e cartilagens ao treinamento.

 

 

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  1. Não consigo comprar o seu livro. A editora é muito enrolada

    • Eustaquio Januario, eu (Ricardo) irei conversar com o Profº João à respeito do livro.

  2. Olá, João Moura. Poderia dar sua opinião, me enviar artigos que falem sobre a adaptação dos sistemas tendíneo, cartilaginoso e ligamentar?

    Obrigado e parabéns pelo trabalho!!!

    • Olá Nado Machado. Irei entrar em contato com o João a respeito desses artigos. Posso lhe orientar participar do grupo Ciência Treino em FOCO no Facebook, possívelmente o João publicou algo lá que esteja relacionado.