Fisiologia da Corrida

Sistema Cardiovascular – Coração e débito cardiáco

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O débito cardíaco é uma variável fisiológica que mede o desempenho do coração.

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O coração tem como função bombear o sangue desoxigenado (advindo do circulação sistemática) através da artéria pulmonar para os pulmões, com o objetivo de oxigenar o sangue através de um processo fisiológico denominado de hematose (troca gasosa) que ocorre nos capilares e alvéolos pulmonares. Outra função do coração é ejetar ou bombear o sangue oxigenado advindo dos pulmões através do seu ventrículo esquerdo via artéria aorta para todos os tecidos corporais.

Uma forma de medir o desempenho do coração é através do débito cardíaco. Essa variável fisiológica diz respeito ao volume de sangue que é ejetado pelo coração, mais precisamente pelo ventrículo esquerdo durante um minuto. Para calcular o débito cardíaco é necessário realizar a multiplicação  dos valores das variáveis fisiológicos de volume de ejeção ventricular e frequência cardíaca.

Qual a anatomia do coração?

O coração é um órgão muscular que tem o tamanho de mais ou menos uma mão fechada. Localiza-se no centro da cavidade torácica. Uma característica do coração é que seu ápice está voltado para baixo e lado esquerdo, já sua base mais larga está atrás do osso esterno. Ou seja, podemos imaginar o coração como um cone invertido com sua base para cima e o ápice para baixo.  Na cavidade torácica o coração situa-se na parte ventral do tronco precisamente entre os dois pulmões e com seu ápice sobre o músculo diafragma.

Coração é envolvido por um saco membranoso denominado de pericárdio.  A maior parte do coração é constituída por músculo cardíaco ou miocárdio, que é recoberto por finas camadas externa e interna de tecido epitelial e conectivo.  Realizando a análise do coração por uma visão externa a maior parte é a parede muscular espessa dos ventrículos, ou seja, as duas câmaras inferiores.  Por sua vez os átrios apresentam paredes mais finas e localizam-se acima dos ventrículos.

A artéria aorta e tronco pulmonar direcionam o sangue do coração para os tecidos e pulmões, respectivamente. Por sua vez as veias cavas inferiores e superiores e as veias pulmonares direcionam o sangue de volta ao coração.  Para verificar a relação entre aos átrios e ventrículos, ou seja, as câmaras do coração é necessário realizar uma análise a partir de um corte transversal do mesmo. O lado direito e esquerdo do coração são separados por um septo interventricular, para que o sangue que encontra-se de um lado do coração não venha a misturar-se com os sangue do outro lado. Porém, embora o sangue que encontra-se ou um fluxo sanguíneo do lado esquerdo seja separado do fluxo sanguíneo do lado direito, os dois lados do coração contraem-se ao mesmo tempo, ou seja, de forma coordenada. Dessa forma, primeiros os átrios contraem juntos e depois os ventrículos.

O sangue advindo da circulação sistêmica flui das veias para os átrios e a partir da contração dos átrios flui para os ventrículos por valvas que apresentam-se em único sentido. Os ventrículos por sua vez tem as características de serem as câmaras bombeadoras de sangue. Quando os ventrículos contraem o sangue é ejetado para o tronco pulmonar e artéria aorta. Após a ejeção de sangue pelos ventrículos em seguida as valvas fecham-se impedindo a volta do sangue para os ventrículos.

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Qual a principal função do coração?

O coração é uma bomba que tem como principal função através do ventrículo direito impulsionar os sangue que encontra-se desoxigenado advindo dos órgãos e das partes periférica do corpo via artéria pulmonar para os pulmões, para que o ocorra a hematose, ou seja, troca gasosa. Por sua vez o coração esquerdo, ou seja, o ventrículos esquerdo tem como função bombear o sangue oxigenado para os órgãos centrais e periféricos do nosso corpo.

Qual a variável fisiológica que é utilizada para medir o desempenho do coração?

Um forma de medir a o desempenho do coração como uma bomba é através da mensuração do Débito Cardíaco (DC). O DC representa o volume de sangue que é ejetado por um ventrículo em um determinado período temporal, ou seja, o DC é um indicador do fluxo sanguíneo total do corpo. Entretanto, o DC não informará como o sangue será distribuído entre os tecidos corporais, ou seja, a variável cardiovascular DC não dará a informação da quantidade ou do volume de sangue que cada órgão ou tecido receberá. Esse controle da quantidade de sangue que “entrará” em cada tecido dependerá a que nível encontra-se o metabolismo do mesmo.  Diante disso, podemos entender que o fluxo sanguíneo é regulado ao nível tecidual, ou seja, somente “entrará “a quantidade de sangue necessária para cada tecido.

O DC é calculado de forma indireta através da multiplicação das variáveis fisiológicas de Frequência Cardíaca (FC) e Volume Ejeção Ventricular (VEV).

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O que é o VEV (volume de ejeção ventricular)?

A variável fisiológica do VEV representa a quantidade de sangue que é ejetada ou bombeada pelo ventrículo esquerdo via artéria aorta a cada contração do coração, ou seja, durante cada sístole. Porém, para entender melhor a VEV necessitaremos compreender o Volume Diastólico final (VDF) e O Volume Sistólico Final (VSF).

O VDF é a quantidade de sangue que encontra-se no interior do ventrículo esquerdo ao final da diástole do coração. Ou seja, é a quantidade de sangue que está localizada dentro do ventrículo esquerdo após a fase o enchimento do coração. No momento em que o coração encontra-se no limite do recebimento de sangue, ou seja, no limite da diástole e que logo na sequencia entrará na fase de sístole cardíaca a quantidade de sangue que encontra-se dentro das câmaras cárdicas é denominado de VDF. Para melhor entendimento de vocês seguidores imaginemos que no final da diástole tenhamos um VDF de 130 ml de sangue tanto do lado direito como do lado esquerdo do coração.

Dessa forma, após a diástole o coração iniciará sua sístole, ou seja, sua contração. Na sístole o músculo cardíaco ou miocárdio contrairá diminuindo seus volumes atrais porém principalmente os volumes ventriculares. Diante disso, o sangue que encontrava-se no interior dos átrios será deslocado par aos ventrículos e por sua vez o sangue que encontra-se nos ventrículos será ejetado sobre pressão através da artéria pulmonar (ventrículo direito) em direção ao pulmão e artéria aorta (ventrículo esquerdo) para circulação sistêmica. Mas para o entendimento de vocês seguidores analisaremos apenas o ventrículo esquerdo que é a estrutura que efetivamente ejetará o sangue para a circulação sistemática. Continuando a linha da raciocino no momento em que o coração contrair ao máximo, ou seja, no final da sístole ainda ficará uma quantidade de sangue dentro do ventrículos direito e esquerdo. Dessa forma, imaginemos que ao final a contração (sístole) ainda encontre-se dentro dos ventrículos 60 ml de sangue, essa quantidade de sangue é denominada de VSF .

Diante disso, para verificarmos quanto foi o VEV precisaremos subtrair o VDF que no em nosso exemplo é de 130 ml pelo valor do VSF que em nosso exemplo é de 60 ml. Realizando esse cálculo chegamos ao valor de 70 ml de VEV. Ou seja, no caso do nosso exemplo considerando uma situação de repouso 70 ml de sangue está sendo ejetado em casa sístole.

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O que é Frequência Cardíaca (FC)?

A variável fisiológica de frequência cardíaca nada mais é do que o número de sístoles ou batimentos cardíacos que ocorreram em um minuto. Essa variável fisiológica que tem influência sobre o débito cardíaco e é expressa em batimentos por minutos (BPM).

Qual é o valor médio de débito cariado do coração de um indivíduo não atleta em repouso?

Imaginemos que um indivíduo tenha um valor de frequência cardíaca de 72 bpm (batimentos por minuto) e seu volume de ejeção ventricular seja de 70ml por minuto. Dessa forma, o débito cardíaco desse indivíduo do exemplo será de 5.040 mL/mim, ou seja, 5L/mim.

Dessa forma, podemos entender que em um padrão de um minuto 5L/mim de sangue são ejetados pelo coração para toda a circulação sistemática. Em homens saudáveis e jovens o débito cardíaco em repouso ficará em torno de 5,6 L/mim. Já em mulheres jovens e saudáveis o débito cardíaco de repouso fica em torno de 4,9 L/mim. Essa diferença ocorre em virtude da diferença no tamanho corporal.

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Qual o comportamento do débito cardíaco do coração durante o exercício físico?

Em virtude do aumento do metabolismo das células musculares durante o exercício físico ocorrerá a necessidade do aumento do fluxo sanguíneo nos músculos ativos para o fornecimento de oxigênio, nutrientes e remoção de resíduos metabólicos e dióxido de carbono. Diante dessa cenário ocorrerá uma cascata de eventos fisiológicos que levarão ao aumento do volume de ejecção ventricular e também aumento nos valores de frequência cardíaca. Ou seja, aumentara-se a quantidade de sangue ejetado pelos ventrículo a cada sístole e também aumentara-se o número de sístoles por minutos. Essa alterações obviamente ocorrem para atender a demanda fisiológica do metabolismo celular no exercício.

Em consequência a essas alterações no volume de ejeção ventricular e na frequência cardíaca ocorrerá alteração nos valores do débito cardíaco, pois essa variável (débito cardíaco) como vimos anteriormente no texto  é modulada diretamente por alterações no  volume de ejeção ventricular e frequência cardíaca. Diante disso, atletas com ótimo condicionamento cardiovascular em exercícios intensos podem atingir um valor de débito cardíaco de 30 a 35 ml/mim.

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Seguidores, não percam a vídeo aula de hoje e saibam como ocorre o funcionamento do coração e da variável fisiológica do débito cardíaco.

 

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